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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Para o Eugénio de Andrade

Começamos por perseguir algo.
 Não podia evitar, era muito poderoso, demasiado importante. A poesia, as mãos ou os frutos ? O Eugénio ser em carne e osso ?
 Ficou guardada para ti esta transparente e honesta página da minha passagem pela vida. 
 Referência maior que mais estimo, conquista de sonhos, aprendizagem de luz. Até te encontrar vagueava e procurava algo mais do que sabia dizer, ficaste sempre presente na minha vida desde tenra idade e ajudaste-me a crescer alimentando o meu coração sedento da alegria da tua inspiração e sensibilidade, poeta da luz, poeta do sol, poeta das mãos, poeta dos frutos.
 Seria manhã ainda quando te procurei..., sempre soube que me esperavas com o teu rosto de cera em eremita, eu com a minha estranha incerteza de te olhar. Quase não te vi.Foi como se te tivesses embrenhado nessa matinal névoa da Foz que foi a nossa cúmplice. Por entre as janelas do olhar procurei-te e tardavas. A magia do sol que rasgou a bruma atraiu-te.Estavas sereno como um gato. Guardo-te nos lugares possíveis e impossíveis, nos que conheço e desconheço.
 Fizeste-me entrar na tua casa, vacilei..., pensei que não iria pensar, pensei que não iria sentir..., foste amigo e perguntaste-me o meu nome e o nome da minha filha.
  - Isaura
  - Francisca
Curioso, de repente fomos familiares como sempre imaginara, - Francisca é um nome com um sabor surrealista...Fanny Owen, Agustina, Manuel de Oliveira. O Eugénio voltou a sorrir, lindo vê-lo sorrir !
"A solidão, a criatividade e a poesia são uma fatalidade"
Obrigada Eugénio de Andrade.

Passeio Alegre, Porto no dia 25 de Agosto de 2001


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